Dia 57 - Sem Título

Sinto as cordas do violino a rasgar a melodia
Melodia suave que dá cor ao meu colorido dia
E me faz voar pelo céu azul do meu mundo
Onde vagueio e não o perco de vista por um segundo

Vivo perdido daquela felicidade juvenil
E quando me encontro vivo de forma infantil
Com palavras e gestos pensados com o coração
Deixando de lado a lógica fundada na razão

Fazendo com que me sinta com medo do futuro
Medo de construir novamente aquele Muro
Não deixando passar a brisa do sentimento
E viver na infelicidade da felicidade do tempo

Não consigo evitar nada do que me rodeia
Entrego-me ao vento que me leva até a areia
E me deixa perdido no meu próprio deserto
Mas de certo que estarei longe de estar perto

Ao longe parece que estou perto de conseguir
Mas de perto sinto-me longe de me ver sorrir
A indecisão está instalada na minha alma
A saudade possui o coração e a mente não está calma

Irrequieta pela saudade decidida pelo sentimento
Faz com que o brilho do sol seja o brilho do tormento
E os demónios voltam a perseguir a minha felicidade
Por isso choro quando grito que sofro por saudade

António Cunha
O Passado no Presente

Um comentário:

  1. poema lindo...

    mais uma vez fikei sem palavras....

    beijinho da borboleta

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